sexta-feira, 26 de novembro de 2010

IOC inova e cria pós em Biodiversidade e Saúde

Técnicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), deram parecer favorável ao Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) para a implantação do novo curso Stricto sensu de Mestrado e Doutorado em “Biodiversidade e Saúde”. Inédita na Fiocruz, a iniciativa contará com 28 professores, todos da Instituição. A primeira turma ingressará em 2011.

“Essa pós é um sonho que se concretiza e que vem sendo discutido pelos 14 laboratórios envolvidos no projeto do novo programa de pós-graduação desde a primeira edição do Colegiado de Doutores, em 2005”, comemora o pesquisador Cleber Galvão, do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do IOC e um dos principais envolvidos na empreitada.

“O Brasil possui uma diversidade biológica imensa e o IOC tem tradição na área de biodiversidade, pois conta com coleções biológicas que existem há mais de cem anos. O curso vai reforçar a importância das coleções biológicas que são motivo de orgulho e riqueza tanto cultural, quanto de patrimônio do Instituto”, explica.

Foram cinco anos, desde as primeiras discussões, até a aprovação da Capes. “Existia uma lacuna importante, pois o IOC já tinha cursos de pós-graduação em várias áreas das Ciências Biológicas. Detectamos um número grande de pesquisadores que trabalham mais focados na orientação de estudos no campo da biodiversidade e que não estavam orientando dentro dos programas de pós-graduação da Instituição”, afirma Cleber. Segundo o pesquisador, o grupo é composto por cerca de 70 especialistas e agrega duas Áreas de Pesquisa do IOC: Taxonomia e Biodiversidade e Helmintoses.


O professor, que é mestre e doutor em Parasitologia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), está na Fiocruz há 21 anos contribuindo com pesquisas na área de taxonomia de insetos vetores. Ele, que coordenou todo o processo de criação da pós, vai ministrar a disciplina de Taxonomia Zoológica. As aulas de Biodiversidade e Saúde Ambiental serão obrigatórias para ambos os níveis de pós-graduação.“Buscamos um aluno que seja preparado para trabalhar com biodiversidade associada à saúde. O curso oferecerá duas áreas de concentração: Taxonomia e Sistemática e Saúde Ambiental e Humana”, esclarece. A princípio, grande parte das disciplinas serão ministradas no campus da Fiocruz, em Manguinhos (RJ).

Helene Santos Barbosa, do Laboratório de Biologia Estrutural do IOC, também comemora. “É com entusiasmo que recebemos a notícia da aprovação pela CAPES. Esse novo curso representa a inserção de cerca de 27 doutores do corpo de pesquisadores do IOC como docentes nos programas de pós, estimulando a pesquisa nos estudos da biodiversidade assegurando o avanço científico associando-os à saúde pública e ambiental. Essa é uma conquista que agrega pesquisadores num tema tão atual e relevante para nosso país”, afirma.

Serão 10 vagas oferecidas anualmente tanto para Mestrado quanto para Doutorado. O curso para formação de mestres terá a duração de dois anos e o de doutores, quatro. A pós-graduação será gratuita para os estudantes e contará com 37 disciplinas. A previsão para abertura de inscrições é para o primeiro semestre de 2011 e, o início das aulas, previsto para o segundo semestre.

FONTE:  João Paulo Soldati   18/11/2010

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Gênero, ciência e tecnologia: um resgate histórico imprescindível

Entre 12 e 15 de novembro de 2010, a SBHC promoveu o 12º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia e o 7º Congresso Latino-Americano de História da Ciência e da Tecnologia, na cidade de Salvador, nas dependências da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com a participação de pesquisadores de diversos países latino-americanos. Participei do Simpósio temático 16 - Gênero, ciência e tecnologia: um resgate histórico imprescindível, coordenado Marília Gomes de Carvalho – Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Brasil) e Cristina Tavares da Costa Rocha – Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil). Apresentei no dia 14 de novembro, na sessão 4, o trabalho: “Gênero, Ciência & Tecnologia e Saúde: um olhar exploratório a partir do acervo de obras raras da Biblioteca de Ciências Biomédicas da Fundação Oswaldo Cruz”.

O trabalho foi publicado em texto completo nos Anais do 12º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia e o 7º Congresso Latino-Americano de História da Ciência e da Tecnologia, em CD-ROM.

Figura 1 – Turma de 1932. Fonte: FONSECA FILHO, 1974. Na turma de 1932 ocorreu a primeira participação/inserção feminina no Curso de Aplicação do IOC. Sylvia Ecila Hasselmann é a terceira pessoa na fila da frente a contar da direita para a esquerda



Segue resumo do trabalho apresentado: As relações de gênero no âmbito da construção do conhecimento em Ciência e Tecnologia e Saúde no Brasil é o objeto do presente trabalho de doutoramento do Programa de Pós-Graduação em Informação, Comunicação e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz. Objetiva-se um olhar exploratório sobre a representatividade e a contribuição feminina na constituição do campo multidisciplinar que atualmente compõe a pesquisa em saúde na Fiocruz, a partir do Acervo de Obras Raras da Biblioteca de Ciências Biomédicas. No Brasil, o campo dos estudos de gênero ainda não se encontra consolidado, ainda que algumas evidencias já apontem que as mulheres enfrentam preconceitos e barreiras que comprometem a progressão em carreiras científicas e a captação de recursos para pesquisa. Surge assim o interesse de investigar o histórico da participação feminina na produção de conhecimento em saúde no Brasil. A partir de análises quantitativas da produção cientifica e da trajetória acadêmica feminina na Fundação Oswaldo Cruz, será possível identificar e traçar, por exemplo, redes de relacionamento de gênero e a evolução de temas e objetos de pesquisa; o caráter mais local ou internacional dos mesmos; o padrão de colaboração cientifica no que diz respeito à equidade de gênero, dentre outros pontos de interesse. Iluminar e desenhar essa trajetória deve contribuir também para enriquecer a memória em ciência e tecnologia em saúde no Brasil e abrir nova fonte de estudo para outros campos do saber.

REFERÊNCIA:

RODRIGUES, J. G.; GUIMARÃES, M. C. S. Gênero, Ciência & Tecnologia e Saúde: um olhar exploratório a partir do acervo de obras raras da Biblioteca de Ciências Biomédicas da Fundação Oswaldo Cruz. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA, 12., 2010, Salvador; CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA, 7., 2010, Salvador. Anais... Rio de Janeiro: SBHC, 2010.





quarta-feira, 10 de novembro de 2010

SEMINÁRIO ESTATÍSTICAS PÚBLICAS E INDICADORES SOCIAIS: AS NOVAS E VELHAS RESPONSABILIDADES DO ESTADO BRASILEIRO

 A proposta do seminário consiste em refletir sobre as características atuais e perspectivas da produção das estatísticas públicas e apresentar análises que se valem destas estatísticas para abordar tanto temas já consolidados quanto novos temas que se impõem no momento atual. Uma combinação entre diferentes tradições de pensamento deu lugar à estatística moderna, envolvendo reflexões e debates que, no entanto, parecem perder a sua força em período recente. Reativar essas reflexões e esses debates é um dos propósitos do presente seminário que reúne pesquisadores de várias áreas e, de algum modo, envolvidos com a prática estatística.  

A relevância e a oportunidade de uma reflexão sobre as estatísticas públicas encontram-se no fato de que as descrições da realidade brasileira produzidas por seu intermédio são orientadoras da ação social do Estado, e também no fato de que uma de suas principais fontes de informação, o Censo Demográfico, está em campo no presente ano.
As mesas temáticas contemplarão a reflexão sobre os indicadores sociais, assim como temas consolidados e emergentes relacionados à construção de indicadores e sua influência nas políticas públicas. Neste contexto, tópicos como migração, cor/raça, envelhecimento populacional, trabalho informal, gênero, diversidade sexual e responsabilidade social são considerados.



18 de novembro de 2010


Local: Auditório Manoel Mauricio de Albuquerque CFCH/UFRJ - Praia Vermelha


PROGRAMA





9:00 - 9:30 - Abertura


Profª Drª Mavi Pacheco - Diretora da ESS/UFRJ;


Profª Drª Sara Granemann - Coordenadora do Programa de Pós Graduação da ESS/UFRJ;


Profª Drª Maíza Sacramento de Magalhães - Coordenadora de Pós-Graduação da ENCE/IBGE;


Profª Drª Célia Ribeiro Zaher - Coordenadora do Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação da UFRJ/IBICT;


Profª Drª Ludmila F. Cavalcanti - Coordenadora do Núcleo de Ações e Estudos em Saúde Reprodutiva e Trabalho Feminino da ESS/UFRJ


9:30 - 10:30 - Palestra


A variável população e as Políticas Sociais - Kaizô Beltrão - Doutor em Estatística pela Universidade de Princeton, U.S.A; ENCE/IBGE


10:30 - 11:30 - Mesa 1 - Reflexões sobre os indicadores sociais


Os indicadores sociais e a construção da realidade - Eduardo Mendonça - COPIS/IBGE


Interlocuções entre a antropologia e os indicadores sociais - Miriam Lins e Barros - ESS/UFRJ


Coordenação da mesa: Ludmila F. Cavalcanti - ESS/UFRJ


11:30 - 12:30 - Mesa 2 - Indicadores sociais: temas (1)


Classificação de cor/raça para estudos populacionais - Moema de Poli Teixeira - ENCE/IBGE


Mobilidade espacial da população: contexto e indicadores - Olga Maria Schild Becker - IGEO/UFRJ


Envelhecimento Populacional e políticas para terceira idade - Kaizô Iwakami Beltrão - ENCE/IBGE


Coordenação da mesa: Ana Maria Kirschner - IFCS/UFRJ


12:30 - 14:00 - Intervalo para almoço


14:00 - 15:00 - Mesa 3 - Indicadores sociais: temas (2)


Perfil dos trabalhadores informais 1992-2009 - Sonoe Sugahara - ENCE/IBGE


Gênero e indicadores de ciência e tecnologia - Gilda Olinto - IBICT/MCT


Coordenação da mesa: Zuleica Oliveira - ESS/UFRJ


15:00 - 15:30 coffee break


15:30 - 16:00- Mesa 4 - Indicadores sociais: temas (3)


Diversidade sexual


Silvia Mangaravite - psicanalista


Responsabilidade Social Corporativa Interna e FIB Empresarial


Ana Maria Kirschner - IFCS/UFRJ


Fabiane Turisco - LATEC/UFF


Coordenação da mesa: Gilda Olinto - IBICT/MCT


16:00 - 17:30 - Avaliação e conclusões gerais


Organização e Coordenação
Ana Maria Kirschner (IFCS/UFRJ)
Gilda Olinto (IBICT/MCT)
Moema de Poli Teixeira (ENCE/IBGE)
Zuleica Oliveira (ESS/UFRJ)


PROMOÇÃO


UFRJ / ESS - Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
UFRJ / ESS - Núcleo de Ações e Estudos em Saúde Reprodutiva e Trabalho Feminino
UFRJ / IBICT - Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
IBGE / ENCE - Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais


APOIO : CNPq


E-mail: indicadoressociais@gmail.com

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Revistas ilustradas:modos de ler e de ver o Rio de Janeiro na Primeira República

Fundação Casa de Rui Barbosa promove, nos dias 16 e 17 de novembro, a partir das 9h, o seminário Revistas ilustradas:modos de ler e de ver o Rio de Janeiro na Primeira República. A entrada é franca e será conferido certificado de participação.


Modernidades gráficas, sensibilidades urbanas, cinema, fotografia, caricatura, artes e literatura são temas apresentados pelas revistas ilustradas e que o evento da FCRB propõe a discutir

:: Programação

:: Dia 16 de novembro


9h às 12h


MESA 1 : Revista ilustrada, releituras

O gênero revista ilustrada em questão: desafios e possibilidades  - Tania de Lucca (Unesp)

Leituras entrecruzadas, imagens do Pierrot  - Monica Pimenta Velloso (FCRB)

A crítica de arte nas revistas ilustradas brasileiras durante a Primeira República - Paulo Knauss (UFF/Labhoi) e Arhur Valle (UFRRJ)

14h às 16h

Mesa 2: Visualidades urbanas

 J. Carlos em Revista - Julieta Sobral (PUC-Rio)

As formas da crítica de cinema na revista Para Todos - Michelle Salles (EBA/UFRJ)

Fotografia, cidade moderna e revistas ilustradas - Cláudia de Oliveira (EBA/UFRJ)


:: Dia 17 de novembro


9h às 12h


Mesa 3: Modernidade gráfica


A Maçã - objeto de desejo - Aline Haluch (Coordenadora de Design Editorial do Studio Creamcrackers Design)

A modernização da imprensa brasileira no final do século XIX com as revistas A Cigarra e A Bruxa -
Letícia Pedruzzi (Ufes)

Art Nouveau no trajar e no falar: A modernidade gráfica na década de 1900 Rafael Cardoso (Esdi/Uerj)


14h às 17h


Mesa 4: A cidade nas revistas


Scenas da Vida Carioca: o Rio de Janeiro de Raul Pederneiras - Laura Nery (Uerj)

Com ordem e progresso: família e decoração em a Revista da Semana - Marize Malta (EBA /UFRJ)

Araújo Vianna e a crítica da arquitetura na revista Renascença  - Denise Gonçalves (CBHA)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Glossário

Fonte: Fiocruz - Notícias - Imprensa




Assédio Moral no Trabalho – É a vivência de situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, com características de serem repetitivas e prolongadas ao longo do dia de trabalho ou em períodos constantes, ou ainda, no desempenho de atividades temporárias ou periódicas. Destacam-se situações onde há imposição da vontade de chefes sobre subordinados, com tratamento de modo desumano, desrespeitoso e antiético. O desrespeito no tratamento, na maioria das vezes acontece entre o chefe e seu subordinado, mas também pode ocorrer entre colegas no mesmo nível hierárquico.


Assédio Sexual no Trabalho – É a forma de violência em que o (a) agressor (a) usa de sua relação de poder para constranger o (a) funcionário(a) com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual.


Cidadania – é o acesso a um conjunto de direitos de regras universais válidas para todos em qualquer lugar. "Cidadania: direito de ter direito". Cidadão é o indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres e que participa ativamente de todas as questões da sociedade.


Direitos Humanos – Essa expressão designa os ‘direitos fundamentais’, a partir dos quais os demais direitos se constituem. O artigo 5º da Constituição Brasileira define como direitos fundamentais o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

Direitos da Mulher – É a garantia de que toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goze dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.


Discriminação no Trabalho – É toda forma de distinção, exclusão ou preferência cuja finalidade é de modificar a igualdade de oportunidade ou tratamento em matéria de emprego ou profissão, excluindo-se preferências baseadas em qualificações necessárias à ocupação de determinada função. A discriminação no trabalho pode estar relacionada a gênero, idade, raça, religião ou credo, opinião política, origem nacional, étnica ou social, situação econômica ou outra condição.

Diversidade – São as distintas possibilidades de expressão e vivência social das pessoas, dadas por aspectos de orientação sexual, gênero, sexo, faixa etária, raça/cor, etnia, pessoa com deficiência, entre outros.

Equidade – É a possibilidade das diferenças serem manifestadas e respeitadas sem discriminação, em condição de igualdade. Situação que favoreça o combate das práticas de preconceito em relação às diferenças de gênero, políticas, étnicas, religiosas e culturais.

Equidade e Igualdade de Gênero no Trabalho - É a disposição de reconhecer a equivalência de valor entre os sexos, para que homens e mulheres tenham as mesmas chances, oportunidades e reconhecimento nos diferentes ambientes de trabalho.


Gênero – É o saber que estabelece significados para as diferenças corporais. Esses significados são construídos historicamente e variam de cultura para cultura. O conceito de gênero possui também a dimensão das relações sociais entre os sexos, a partir da qual é possível perceber desigualdades entre homens e mulheres.

Heterossexismo - Designa um pensamento segundo o qual todas as pessoas são heterossexuais. Um indivíduo ou grupo heterossexista não reconhece a possibilidade de existência legítima da homossexualidade, ou mesmo da bissexualidade. É a idéia de que a heterossexualidade é a orientação sexual “normal” e “natural”, que comportamentos “não-heterossexuais” são um “desvio” da regra social, uma anomalia. O heterossexismo atribui vantagens à heterossexualidade, privilegia os direitos de heterossexuais em detrimento dos direitos de homossexuais. Por vezes sutil, o heterossexismo é a opressão de “não-heterossexuais” por meio inclusive da negligência, omissão, supressão e distorção dessas vivências.


Homofobia - Tal qual a lesbofobia, é uma postura de repulsa ainda mais ampliada, ou seja, em relação às e aos homossexuais, e ainda às e aos travestis, e às e aos transexuais. A homofobia se expressa de muitas formas: dificultando a formação educacional e profissional de homossexuais; motivando demissões ou mesmo impedindo homossexuais de conseguirem uma vaga no mercado de trabalho formal; impedindo a expressão da afetividade de casais em vias públicas etc. Em muitos casos, chega ao cúmulo da violência física e ao assassinato de homossexuais, constituindo assim um problema de Estado, pois abarca a violação dos Direitos Humanos, de todo um segmento populacional. Portanto, o entendimento da homofobia deve ir para além de uma questão pessoal daquele que é homofóbico e ser assumido pelo Estado como um problema social a ser solucionado.

Identidade de gênero - Independente do sexo, um ser humano pode ter a identidade de gênero de mulher, de homem ou ainda outras identidades de gênero possíveis, lembrando que a identidade de gênero é uma construção social, e não um signo físico ou biológico.


Identidade sexual - É o conjunto de características sexuais que diferenciam cada pessoa das demais e que se expressam pelas preferências sexuais, sentimentos ou atitudes em relação ao sexo. A identidade sexual é o sentimento de masculinidade ou feminilidade que acompanha a pessoa ao longo da vida. Nem sempre está de acordo com o sexo.


Igualdade – É um valor da democracia, que descreve o equilíbrio e igualdade de direitos e responsabilidades entre os membros da sociedade, independente de orientação sexual, gênero, faixa etária, classe, raça etc. Os direitos de uma cidadã heterossexual não podem ser diferentes dos direitos de uma cidadã homossexual, ou então o Estado está sendo desigual.


Igualdade entre Sexos - É dar condições iguais para homens e mulheres realizarem plenamente seus direitos e seus potenciais, no sentido de contribuir com as mudanças sociopolíticas e culturais da sociedade em que vivem e nos ambientas de trabalho em que atuam.


Lesbofobia - Fobia que algumas pessoas e/ou grupos têm em relação às lésbicas. O termo é usado para descrever uma repulsa face às relações afetivas e sexuais entre mulheres, um ódio generalizado às lésbicas e todos os aspectos do preconceito e discriminação heterossexista. É apontada como causa da maior parte dos casos de violência sofridos pelas lésbicas no mundo inteiro.

Orientação sexual - É a atração afetiva e/ou sexual que uma pessoa sente pela outra. A orientação sexual existe num continuum que varia desde a homossexualidade exclusiva até a heterossexualidade exclusiva, passando pelas diversas formas de bissexualidade.


Padrão heteronormativo - É o padrão social ou sistema social vigente na sociedade brasileira, onde a heterossexualidade é ensinada, reforçada e exclusivamente aceita pelas instituições sociais e pela própria sociedade.


Patriarcado - Sistema de organização política, econômica, religiosa, social etc, fundada numa hierarquia na qual a maioria das posições superiores é ocupada por homens. O patriarcado é também responsável pela exclusão social das mulheres nas várias esferas da vida.


Perseguição no trabalho - É a privação intencional e grave de direitos fundamentais em flagrante violação do Direito Internacional.


Plano de Ação/Fiocruz – É um documento que contém ações, utilizando como parâmetro a Gestão de Pessoas e a Cultura Organizacional, elaborado pelos membros do Comitê Pró-Equidade de Gênero da Fiocruz, aprovado pela Presidência e referendado pelo Programa Pró-equidade de Gênero do Governo Federal. O plano é elaborado anualmente e seu objetivo é consolidar o compromisso da Fiocruz na adoção de práticas que visem a construção da equidade de gênero.


Programa Pró-Equidade de Gênero da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) - É uma ferramenta instituída pela SPM com a finalidade de desenvolver concepções e procedimentos na Gestão de Pessoas e na Cultura Organizacional para alcançar a Equidade de Gênero no mundo do trabalho.

Relações de Gênero – São as relações sociais entre mulheres e homens biologicamente definidos, de atitudes, comportamentos, hierarquias e representações simbólicas que se referem a duas posições desiguais de poder nas sociedades, as quais podem ser ocupadas por pessoas de mesmo sexo ou de sexos diferentes em situações variadas.


Selo Pró-Equidade de Gênero – É o reconhecimento do esforço feito pelas organizações em seu cotidiano na implementaçãode práticas de equidade propostas no Plano de Ação do Programa Pró-Equidade de Gênero da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.


Sexo - Refere-se às características específicas e biológicas dos aparelhos reprodutores feminino e masculino, ao seu funcionamento e aos caracteres sexuais secundários decorrentes dos hormônios.


Sexualidade - Transcende os limites do ato sexual e inclui sentimentos, fantasias, desejos, sensações e a própria expressão corporal.


SPM – Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, criada pela Medida Provisória nº 103, para desenvolver ações conjuntas com todos os Ministérios e Secretarias Especiais, tendo como desafio a incorporação de especificidades das mulheres nas políticas públicas e o estabelecimento das condições necessárias para sua plena cidadania.


Violência Doméstica – É a violência, explícita ou velada, praticada dentro de casa, usualmente entre parentes ou pessoas que habitam o mesmo domicílio ou que tenham habitado e que mantenham estreita convivência com a vítima.






Fontes consultadas:

Anis: Instituto de Bioética. Direitos Humanos e Gênero. Legislação e jurisprudência LGBTTT: lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros. Brasília : Letras Livres, 2007. Disponível em: http://www.coturnodevenus.org.br/leisejuris/atualizacoes.htm



BRASIL.  Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Lei Maria da Penha. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do parágrafo 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher: dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm

COMITÊ PERMANENTE PARA QUESTÕES DE GÊNERO DO MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA E EMPRESAS VINCULADAS. Pesquisa de Gênero Eletrosul 2009: relatório final. 

COMITÊ DE GÊNERO ELETROSUL. Gênero: vamos clarear essa idéia? Brasília: 2006.


COMITÊ PERMANENTE PARA QUESTÕES DE GÊNERO DO MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA E EMPRESAS VINCULADAS. Pesquisa de Gênero Eletrosul 2009: relatório final.



CONSELHO NACIONAL DE COMBATE À DISCRIMINAÇÃO (Brasil). Brasil Sem Homofobia: Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra LGBT e Promoção da Cidadania Homossexual. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.


DAMATTA, Roberto. A questão da cidadania num universo relacional. In: ________. A casa e a rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. 5. ed. Rev. e ampl. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Conheça a OIT. Disponível http://www.oitbrasil.org.br/



SCOTT, Joan. Gender and Politics of History. Cadernos Pagu, Campinas, n.3, p. 11 – 27, 1994.






Política de comunicação é tema da Reciis

"Políticas de Comunicação, democracia e cidadania" é o tema do suplemento temático da Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis). A publicação destaca questões, que estiveram no centro do debate da I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em 2009. Os autores são pesquisadores dos campos da comunicação e da saúde coletiva, e representantes de entidades da sociedade civil. A iniciativa é do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).

Fonte: Fiocruz - Notícias - Imprensa