sexta-feira, 8 de julho de 2011

8ª edição das Medalhas de Honra L'Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência

Candidaturas abertas de 15 de Junho a 15 de Setembro


As Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência voltam em 2011 para reconhecer e incentivar o trabalho das mais promissoras jovens cientistas, com idade não superior a 35 anos e doutoradas há não mais de cinco, que desenvolvam a sua pesquisa em Portugal no âmbito das ciências da saúde e do ambiente.
 
Na sua oitava edição, o programa vai distinguir 3 cientistas, atribuindo-lhes a sua ‘Medalha de Honra’ e 20 mil euros de financiamento.


Recorde-se que as Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência nasceram em 2004, pela mão da L’Oréal Portugal que, com o apoio da Comissão Nacional da UNESCO e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), quis apoiar e motivar as jovens cientistas em início de carreira a prosseguir projectos considerados relevantes para fazer avançar as fronteiras do conhecimento. Foi com este objectivo que já distinguiu 22 jovens cientistas – duas em 2004, quatro em 2005 e em 2006, três em 2007, 2008, 2009 e 2010 – e que volta este ano a afirmar que existem boas cientistas em Portugal, com projectos que não devem ser travados por falta de apoio financeiro.



Mais informações: http://www.lorealmulheresnaciencia.com.pt/

A mulher e a ciência

Autor:  Eloi S. Garcia, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, ex-presidente da Fiocruz


Inspirado no artigo da argentina Nora Bar publicado no jornal La Nación e reproduzido pelo Jornal da Ciência na semana passada, faço uma reflexão sobre o papel da mulher na ciência. De imediato ficou claro que os problemas da mulher cientista não poderiam ser visto somente sob o ponto de vista de nosso país. A questão não é porque existe um número reduzido de mulheres participativas na sociedade. Na História da Humanidade sabemos de tantos casos onde a participação das mulheres foi marcante e expressiva. Por exemplo, na luta contra o racismo, fascismo e outras discriminações sociais.

A história da mulher na ciência é muito mais antiga do que eu imaginava. Há quatro mil anos a sacerdotisa Em Hedu'Anna, da Babilônia, ajudou a decifrar as estrelas e desenvolver os calendários, tornando-se um símbolo e referência importante para os astrônomos e matemáticos. Durante o século 1, Maria la Hebrea, uma química, deu uma enorme contribuição à ciência biológica inventando, na Alexandria, o tão útil banho Maria.

No século 4, uma mulher grega que vivia em Alexandria chamada Hipatia, a mais famosa de todas as mulheres de ciência até chegar Marie Curie no início do século 20, dedicou-se a matemática, astronomia e filosofia. Hoje não resta dúvida de que seus conhecimentos influíram decisivamente o pensamento filosófico do século 18. Hipatia morreu assassinada no ano de 415 dC, a mando de um grupo de fanáticos religiosos devido sua influência na cultura de Alexandria.

Uma bela história é da egípcia Ísis, que deu aos povos do Nilo a escritura e a medicina, mas que também inventou o processo de embalsamamento e a química, e ensinou aos egípcios a agricultura, a navegação e a astronomia. Outros casos interessantes se relacionam com um dos primeiros tratados de ginecologia, que foi escrito por Trótula, uma médica do século 6, a história de Melitta Benz, que inventou, no início do século 19, a cafeteira que leva seu nome e o caso de Mary Anderson que desenvolveu os limpadores de pára-brisas.

De lá para cá, em especial no século 20, as mulheres foram se destacando cada vez mais na ciência. Em 1903, no segundo ano de sua criação, o Prêmio Nobel de Física foi entregue a uma mulher, Marie Curie, e a seu marido, por seus estudos sobre radioatividade. Em 1911, ela ganhou sozinha mais um prêmio Nobel, desta vez de Química, pela descoberta dos elementos rádio e polônio.

Acredito que o esquecimento da mulher na ciência foi criado durante séculos e os historiadores, voluntariamente ou não, ocultaram a presença das mulheres nas atividades cientificas. Talvez por desconhecimento, talvez por receio ou mesmo pelo machismo impregnado na cultura humana. O fato é que a história pouco valoriza a mulher cientista.

Quando olhamos os números da história aparece à verdade nua e crua: 29 mulheres (das quais somente dez se dedicavam às ciências) entre 300 homens ganharam o prêmio Nobel desde sua criação em 1901. A Academia Brasileira de Ciência tem inúmeras acadêmicas, cientistas excelentes com alto impacto no campo em que trabalham, mas somente pouco mais de 10% de seus membros são mulheres. Certamente não é por falta de talento. Esta discrepância não parece estar baseada na produtividade, significância do trabalho ou outras performances profissionais da mulher.

Lembrei-me de uma história interessante que conhecia sobre o observatório astronômico da Universidade de Harvard, um dos mais importantes do mundo. No final do século 19, Harvard queria desenvolver um sistema de classificação das estrelas. Entretanto, devido ao baixo orçamento existente na época para a realização da tal tarefa, foram contratadas mulheres físicas Anna Palmer, Williamina Fleming, Antonia Maury, Annie Cannon e Enrietta Leavitt, por terem um salário menor do que dos homens. O trabalho era baseado em cálculos complicadíssimos e os salários destas mulheres eram equivalentes aos de operários de obra. Pois bem, o sistema revolucionou a astronomia. Cannon desenvolveu um sistema de classificação de estrelas que foi adotado como padrão pela União Astronômica Internacional. Leavitt descobriu as estrelas variáveis que lhe deu o Prêmio Nobel de Física em 1925.

Entre os nomes mais injustiçados da ciência está o de Rosalind Franklin, a especialista em raios-X , associada ao descobrimento mais importante do século 20, a estrutura em dupla hélice do DNA. Suas fotografias chegaram às mãos de James Watson e Francis Crick sem o conhecimento da autora e possibilitaram Watson, Crick e Maurice Wilkins a receberem o Prêmio Nobel em 1962, quatro anos após a sua morte. Franklin, apesar de seu papel fundamental nesta descoberta, até recentemente, não tinha o seu nome envolvido nas histórias do descobrimento do DNA.

São tantos os casos de mulheres cientistas que realizaram trabalhos e descobriram coisas importantes nos últimos séculos mas, apesar da relevância de suas atividades, ainda permanecem quase invisíveis perante a história da ciência. Ou seja, o talento por si só não determina o sucesso científico das mulheres. As mulheres têm que publicar três vezes mais do que os homens para ter o mesmo grau de sucesso.

O que mais me chama a atenção do motivo desta quase invisibilidade é que um número grande de mulheres tem se dedicado à ciência em todas as áreas e sem dúvida são poucos nomes que conhecemos. O problema da mulher na ciência está enraizado na cultura machista da Humanidade. A comunidade científica não foge disto, infelizmente.

Talvez no fundo seja devido ao nosso sistema educativo e as expectativas que se criam em torno da mulher. Esta cultura está impregnada na sociedade, entre os homens, mas também entre as mulheres. Lembramos que recentemente os jornais têm anunciado que no Brasil as mulheres chegaram ao século 21 com escolaridade superior à dos homens. As estatísticas refletiam no aumento da participação feminina na produção científica nacional: elas já eram maiorias nos cursos de graduação e no mestrado.

Ou seja, a “feminilização” da ciência vai ser uma questão de tempo em nosso país. Isto está correto. A ciência pertence a toda a Humanidade e transcende a barreira do sexo. Homens e mulheres compartilham uma linguagem e possuem objetivos comuns para buscar a verdade e revelar os mistérios da natureza.

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias (Arquivo - 10/11/2006)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Brasil Feminino - Exposição

Brasil Feminino resgata trajetória e ascensão das mulheres no Brasil em cinco séculos em 150 documentos raros, fotografias, jornais, revistas e pinturas de artistas como Debret e imagens como a da Lei do Ventre Livre

A Biblioteca Nacional abre hoje, terça-feira, 5 de julho, a exposição Brasil Feminino, que reconstitui a saga da mulher brasileira dos tempos coloniais até os dias atuais. Por meio de 150 fotografias, jornais, revistas, pinturas e documentos raros selecionados no acervo da BN, a mostra traz as histórias de mulheres que, com seus trabalhos, suas ideias e crenças, vêm mudando a história do Brasil. “São histórias que se confundem com a própria história do Brasil”, afirma o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim.


De Mãe Menininha do Gantois, Clarice Lispector e Pagu a Zilda Arns, Ruth de Souza, Carlota Joaquina e Maria Leopoldina. De Maria da Penha, Bertha Lutz, Ana Maria Machado e Benedita da Silva a Hilda Hilst, Lygia Bojunga, Lygia Fagundes Telles e Fernanda Montenegro. Da tenista Maria Esther Bueno e a jogadora de futebol Marta à Seleção Feminina de Vôlei, medalha de ouro em Pequim. De Tônia Carrero, Norma Bengel, Marta Rocha, Maria Bethânia e Rita Lee à presidenta da República, Dilma Rousseff, estão todas lá.

A exposição, que vai até 26 de agosto, aborda cinco diferentes temas: a condição subalterna da mulher; a consciência política e luta dos direitos civis; a ação social e educação; o comportamento e, por fim, a atuação científica e cultural. Segundo a diretora do Centro de Referência e Difusão da Biblioteca Nacional, Mônica Rizzo, a mostra vai privilegiar os documentos de registro do cotidiano, como jornais e revistas. “A ascensão social da mulher é uma história a ser contada. Ainda faltam livros sobre o tema. Por isso, vamos mostrar essa trajetória com os jornais e as revistas, sendo, muitos destes, inéditos ao público”, afirma.

“Utilizando-se de elementos do universo feminino, a exposição guarda surpresas aos visitantes, que encontrarão experiências sensoriais para o tato, visão e audição”, revela Suely Dias, coordenadora de Promoção e Difusão Cultural, da FBN. Ela destaca também o livro Ordenações e leis do Reino de Portugal, de 1603, do acervo da Divisão de Obras Raras da Biblioteca Nacional – que demonstra a severidade no trato legal que as mulheres sofriam no século XVII –, e o jornal O sexo feminino – da pequena cidade Campanha, do sul de Minas Gerais, de 1873 – que defende mudanças em favor da igualdade –, são exemplos dos importantes registros escritos em exposição.

“Os periódicos foram o principal canal de comunicação do movimento feminista”, diz Marcus Venicio, curador da exposição, juntamente com Luciano Figueiredo. Além desses documentos, também compõem a mostra as pinturas de Debret e Carlos Julião, que retratam o cotidiano do espaço público do Brasil do começo do século XIX sem a presença de mulheres, apenas escravas.

“A exposição Brasil Feminino pretende celebrar o duro caminho de libertação da mulher brasileira, o seu deslocamento heroico do espaço doméstico, a que se recolhia, rumo ao espaço público, capitaneado tradicionalmente pelos homens”, explicam os curadores. A ideia é apresentar as diversas facetas da mulher brasileira e demonstrar a maneira pela qual ela conseguiu ascender socialmente, culminando com a eleição, em 2010, da primeira mulher a ocupar o a Presidência da República.

A exposição será aberta ao público nesta quarta-feira, 6 de julho. A entrada é franca e os horários de visitação são de segunda a sexta, das 10 às 17h, e aos sábados, domingo e feriados, das 12 às 17h. Também estão previstos debates e paineis no Auditório Machado de Assis durante os dois meses de exposição.






LOCAL: Av. Rio Branco, 219 Cinelândia - Rio de Janeiro
Tel 55 21 3095 3879  Fax 55 21 3095 3811

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sobre o CRICS 9

CRICS9 e BVS6 adiados para 2012

Fonte: thttp://www.crics9.org/php/index.php?lang=pt


Atenção

Adiada para 2012 a realização do CRICS9 – 9º Congresso Regional de Informação em Ciências da Saúde e a BVS6 – 6ª Reunião de Coordenação Regional da BVS.

Assim que o novo local e datas forem confirmados informaremos a todos.


Cordialmente,



Comitê Organizador, CRICS9

I Encontro Nacional dos Núcleos de Saúde Pública

Fonte: UTICS/NESP/UnB, 5/7/2011




domingo, 3 de julho de 2011

O Tarô das Donas de Casa

Resenha de Constantino K. Riemma

O Tarô das Donas de Casa é uma brincadeira de Paul Kepple e Jude Buffum, que publicaram um baralho com 78 cartas e livro de instruções, em 2004, com o título The Housewive's Tarot: A Domestic Divination Kit With Deck And Instruction Book. Os autores são conhecidos designers gráficos da Filadélfia, Estados Unidos.

O bom humor está implicito na montagem das ilustrações de publicidade que apareciam nas revistas americanas no pós-guerra, anos de 1950.


O Tarô das Donas de Casa - Kit de adivinhação doméstica - com baralho e livro de instruções

Segundo "os bisbilhoteiros", o Tarô das Donas de Casa teria sido introduzido por Marlene Louise Wetherbee no início de 1950. Ela era uma dona de casa feliz, tinha um marido dedicado, filhos obedientes e uma casa impecável. Ela estava sempre na moda, fazia as melhores receitas e tinha uma ótima intuição feminina. Um dia, enquanto jogava bridge com algumas vizinhas, Marlene decidiu que era o momento para revelar os segredos de seu sucesso. Tirou um misterioso baralho de Tarô de sua bolsa da moda. Todas ficaram estarrecidas com tal atrevimento.

Mas ela sabia que esse tipo de resistência era de se esperar. Marlene riu e perguntou: "Ninguém quer saber como eu posso manter minha cozinha impecável? Ou como eu sei fazer sempre um bolo perfeito?"

Nesses imaginários acontecimentos, ela se tornou conhecida como a mística Madame Marlena e espalhou a arte da adivinhação doméstica. Donas de casa começaram a procurá-la. Seu talento foi tão requisitado que Marlene decidiu entrar no negócio das cartas.

E os gracejos continuam: "De que modo Marlene adquiriu este conhecimento místico? Nunca saberemos, pois ela levou seu segredo para o túmulo. Abençoemos seu coração. As origens do Tarô das Donas de Casa devem permanecer, para sempre, envoltas em mistério."

(A resenha original de Sally Ann encontra-se em www.magicalomaha.com/HousewiveTarot.htm)

O livro de instruções traz a interpretação das 78 cartas e apresenta cinco modelos de tiragens: da Virgem, da Pizza Napolitana, do Varal, da Saleta de Jantar e do Martini...