terça-feira, 14 de junho de 2011

PRORROGAÇÃO DE PRAZO PARA A SUBMISSÃO DE TRABALHOS

Prorrogação de prazo para a submissão de trabalhos para o IV Simpósio Nacional de Tecnologia e Sociedade a realizar-se na cidade de Curitiba – Paraná, Brasil, de 09 a 11 de novembro de 2011.

Entre os grupos de trabalho:  GT021 Gênero, Ciência e Tecnologia: construindo a igualdade na diversidade.


Novos prazos para submissão de artigos ao TECSOC, conforme cronograma abaixo especificado.

  • 18 de abril a 04 de julho de 2011 - envio do texto integral do trabalho para coordenação dos GTs;
  • 04 de julho a 26 de agosto de 2011 - avaliação dos trabalhos pelos Gts;
  • 29 de agosto - divulgação dos trabalhos aceitos para apresentação nos GTs;
  • 29 de agosto até 30 de setembro de 2011 - inscrição no Simpósio para participantes com trabalhos nos GTs;
  • 30 de setembro a 09 de novembro de 2011 - inscrição para participação no Simpósio;

CINDERELA

“Todos nós achávamos que a história de Cinderela terminava como tantas outras assim: ela e o príncipe se casaram e viveram felizes para sempre. Negativo: Não, não, a história foi bem diferente...”.


A Cinderela, ao longo da história, não perdeu apenas o sapatinho de cristal. A participação feminina foi severamente punida e suas contribuições foram, muitas vezes, ignorada. Nas Artes, Moliére (1622-1673) em sua peça “Précieuses”, escrita em 1658, ridiculariza as mulheres preocupadas excessivamente com a aparência e com o vocabulário e maneirismos pomposos dos salões da aristocracia.

Na religião, do fim do século XIV até meados do século XVIII, ocorreu a “caça as bruxas” - perseguições às mulheres sábias - que conheciam e manipulavam ervas medicinais para a cura das enfermidades e, com isso, agregavam mais poder/saber confrontando o patriarcado e a Igreja.

Nas Ciências, Linné (1741-1783), na décima edição do Systema Naturae (1758), cunha o termo Mammalia (mãe amamentando seus filhotes) sobre classe dos mamíferos, uma homenagem às mulheres, enquanto que a distinção entre homens e primatas foi denominada Homo Sapiens (homem sábio). A teoria evolucionista de Charles Darwin (1809-1882) apresentava os homens como os propulsores, ativos e agressivos, da evolução humana. O que Darwin denominava "transmissão igual de caracteres" permitia que as características selecionadas para machos fossem transmitidas para fêmeas.

Os inúmeros trabalhos dedicados a investigar gênero contribuem imensamente para o entendimento das relações sociais entre homens e mulheres ao longo da história. Na França, Simone de Beauvoir em O Segundo Sexo (1949) assenta o feminismo em bases históricas e, mesmo sem usar a palavra gênero, foi a primeira feminista a analisar a situação da mulher na perspectiva do, hoje conhecido, “conceito de gênero”. Nos Estados Unidos, Betty Friedan em A mística do feminino (1963) confronta a exacerbada mistificação do papel de dona-de-casa, esposa e mãe pregada pela ideologia pós-guerra e detecta o que chamou de “o mal que não tem nome” — uma frustração constante e indefinida percebida em depoimentos de mulheres de classe média dos Estados Unidos que correspondiam ao ideal da “rainha do lar”. Faço aqui breve parênteses: Quem não assistiu a série “A Feiticeira” onde a personagem Samantha, além de "torcer o nariz", tinha uma “cozinha ultra moderna” para nenhuma "rainha" botar defeito...

Nesse encadeamento, a promoção da equidade de gênero, especialmente em C&T, iniciada nos Estados Unidos, nos anos de 1970, teve entre suas primeiras iniciativas a criação da Association for Women in Science e, a partir disso, começaram a serem implementados os programas de estudos sobre a mulher (Women´s Studies) nas grandes universidades.

Na seqüência de tais iniciativas, a União Européia (EU) iniciou os seus próprios esforços, que em 1999 levou à formação do “Grupo de Helsínquia sobre Mulheres e Ciência" consagrado à questão das mulheres e ciência. O Grupo é formado pelos 15 Estados-Membros da UE e dos 15 países associados [1].

Em junho de 2002, o Grupo editou o relatório National Policies on Women and Science in Europe sobre a situação das mulheres cientistas nos seus respectivos países. Verifica-se uma diversidade considerável entre os países em termos de infra-estruturas científicas, medidas de igualdade e condições para as mulheres que procuram seguir carreiras científicas. Entre os fatores comuns contam-se um desequilíbrio entre os gêneros na tomada de decisões sobre a política científica e um desequilíbrio semelhante entre os que determinam o que constitui a “boa” ciência.



OBRAS CONSULTADAS:



CARVALHO, M. G. (Org.). Relações de gênero e tecnologia. Curitiba: Ed. CEFET-PR, 2003. (Coletânea "Educação e Tecnologia").

GRUPO DE HELSÍNQUIA. As Mulheres e a Ciência: resumo. Disponível em: ftp://ftp.cordis.europa.eu/pub/improving/docs/women_national_policies_summary_pt.pdf

LOPES, M. M. Aventureiras nas ciências: refletindo sobre gênero e história das ciências naturais no Brasil. Cadernos Pagu, Campinas, n.10, p. 345-368, 1989.

LOPES, M. M. As grandes ausentes das inovações em Ciência e Tecnologia. Cadernos Pagu, Campinas, n. 19, p.315-318, 2002.

SCHIEBINGER, L. O feminismo mudou a ciência? Bauru: Edusc, 2001.

SCHIEBINGER, L. Mais mulheres na ciência: questões de conhecimento História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 15, p. 269-281, 2008.

SHERIDAN, B. Strangers in a Strange Land: a literature review of women in Science. Boston: Simmons Institute for Leadership and Change, Simmons College, 1998. (CGIAR Gender Program, Working Paper, n. 17).

ZUBIETA, J. Women in Latin American Science and Technology: a window of opportunity In: WOMEN in Scientific Careers: Unleashing the Potential. [S. l.]: OECD, 2006.

[1] Os Estados-Membros da EU são Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo, Holanda (Países Baixos), Dinamarca, Irlanda, Reino Unido, Grécia, Portugal, Espanha, Áustria, Finlândia e Suécia. Os países associados são a Bulgária, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Islândia, Israel, Letônia, Lituânia, Malta, Noruega, Polônia, República Checa e Romênia.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

As obras raras das bibliotecas brasileiras



REPORTAGEM: As obras raras das bibliotecas brasileiras
Por Maria Clara Rabelo
Traçar um panorama das obras raras no Brasil  não é uma tarefa fácil. 
Primeiro, pela grande quantidade de bibliotecas e arquivos 
espalhados pelo território nacional. Segundo, pela relevância e consistência 
do assunto que desperta inúmeros questionamentos, cujas respostas 
nem sempre são óbvias. Questões que passam pelo  conceito de obra rara, 
por exemplo. É uma obra  antiga ou uma obra difícil de ser encontrada?  
Nem uma coisa, nem outra. Ou, talvez, as duas.  
A raridade de uma obra é medida e atribuída de acordo com critérios
bastante específicos que não se limitam à idade ou 
ao número de exemplares existentes.