11/03/2013 15:30 - Fonte: Portal Brasil
O Distrito Federal continua na liderança em
denúncias de violência contra a mulher, seguido por Pará e Bahia
De 2006 até 2012, a Central de Atendimento à Mulher
– Ligue 180 alcançou 3.058.392 atendimentos à população, segundo balanço da
Secretaria de Políticas para Mulheres, apresentado na última sexta-feira (8),
data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. No ano passado, foram
732.468 registros – 1.577% em relação aos 46.423, em 2006. Os relatos de
violência cresceram 700%: 88.685, em 2012, e 12.664, em 2006.
- O
primeiro passo é a denúncia que só pode ser dado pelas vítimas ou pelas
pessoas que estão próximas a elas
Dos 732.468 atendimentos, 88.685 foram de relatos
de violência. Uma média de 242 por dia, dez por hora. Considerando que a cada
15 segundos uma mulher é agredida no País e 243 a cada hora, em apenas 4% dos
casos as vítimas ou pessoas que convivem com elas procuraram o Ligue 180.
O Distrito Federal lidera o ranking anual do Ligue
180, com a taxa de 1.473,62 registros para cada 100 mil mulheres. Em seguida,
aparece o Pará e a Bahia, com 1.032,25 e 931,57 ligações respectivamente.
Localidades com a média de cinco mil habitantes se
destacam entre as que mais ligam para o Ligue 180, considerando a
proporcionalidade da população feminina.
Santa Rosa da Serra (MG), Bora (SP), Sagrada
Família (RS), Salvador das Missões (RS), Amapá (AP), Uru (SP), Esperança Nova
(PR), Cabrália Paulista (SP), Santa Clara D’Oeste (SP) e Iacanga (SP) são os
primeiros dez dos 50 municípios que mais utilizaram o Ligue 180, em 2012.
Segundo a ministra Eleonora Menicucci, a denúncia é
decisiva para que a Lei Maria da Penha possa ser aplicada."O primeiro
passo é a denúncia que só pode ser dado pelas vítimas ou pelas pessoas que
estão próximas a elas", afirmou.
Tipos de violência
A violência física continua sendo a mais frequente,
totalizando 50.236 registros (56%). Dentre as demais, estão: psicológica em
24.477 (28%), moral em 10.372 (12%), sexual em 1.686 (2%) e patrimonial em
1.426 (2%).
Em 2012, foram computados 430 casos de cárcere
privado – mais de um por dia. E denunciadas 58 situações de cárcere privado, em
níveis interno e internacional.
Os números registrados em relação a risco de morte,
espancamento e estupro, dos 88.685 relatos de violência, em 50% havia risco de
morte, 39% de espancamento e 2% estupro. Em 9%, constaram riscos percebidos
como transtornos psíquicos, perdas de bem, danos a terceiros, lesão corporal,
entre outros. Do conjunto de relatos de violência, em 58% é descrita como
diária e 21% como semanal.
No que diz respeito a relação da vítima com o
agressor, em 70% dos casos, o agressor é o companheiro ou cônjuge da vítima.
Acrescentando os demais vínculos afetivos (ex-marido, namorado e ex-namorado),
esse dado sobe para 89%. Os 10% restantes mostram que as agressões são
cometidos por familiares, parentes, vizinhos, amigos ou desconhecidos da
vítima.
Central de Atendimento à Mulher
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um
serviço de utilidade pública que orienta as mulheres em situação de violência
sobre seus direitos, com o intuito de prestar acolhida nessas situações e
prestar informações sobre onde podem recorrer caso sofram algum tipo de
violência. O atendimento funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive
finais de semana e feriados. São aceitas ligações de celular pré-pago mesmo sem
crédito/recarga.
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