domingo, 17 de outubro de 2010

Obras Raras e Coleções Especiais


Estampa nº 16, v.1 de Entomology, 1840.
               Acervo: Biblioteca e Ciências Biomédicas – Fiocruz.

Nos dias 6 e 7 de outubro, participei do Fórum Permanente de Arte e Cultura “Obras Raras e Coleções Especiais”, no Centro de Convenções da Unicamp, em Campinas.

O evento teve como objetivo discutir questões relacionadas aos critérios para reunir, preservar e dispor o acesso às coleções e arquivos documentais de documentos considerados raros e especiais.


Fórum contou com cerca de 600 profissionais envolvidos na área de gestão de documentos e livros raros: arquivistas, bibliotecários, restauradores, educadores, pesquisadores, bibliófilos.

No dia 6 de outubro, abertura Oficial do Evento com a presença das seguintes autoridades: Prof. Dr. Fernando Ferreira Costa, reitor da Unicamp, Prof. Dr. Edgard Salvador De Decca, coordenador geral da Unicamp e o Prof. Dr. Alcir Pécora, diretor do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), Unicamp, que apresentaram o projeto de construção do prédio próprio para o acervo de obras raras com uma proposta pioneira de integração entre os arquivos documentais e o acervo de obras raras da universidade. Conforme De Decca: “O fórum é quase como a pedra fundamental da nossa Biblioteca de Obras Raras e Coleções Especiais, a Bora, um projeto que tem a ambição de constituir um novo paradigma na área de preservação de arquivos e bibliotecas. Trata-se da integração de competências – arquivistas, técnicos, bibliófilos e docentes tanto de humanas como de exatas – para constituir um grupo que pense a gestão ampla de todo o acervo”. O projeto da Biblioteca de Obras Raras e Coleções Especiais (Bora) da Unicamp conta com apoio financeiro da Finep com a liberação de R$ 8,3 milhões para a construção do prédio.

A palestra de abertura foi concedida por Thomas Cohen, diretor da Biblioteca Oliveira Lima, Universidade Católica de Washington, Estados Unidos, a mais importante biblioteca de brasilianas fora do país, possui um acervo de 58 mil livros além de correspondência trocada com intelectuais, mais de seiscentos quadros e incontáveis álbuns de recortes com notícias de jornais.

As palestras seguintes foram concedidas por Ana Virginia Pinheiro, bibliotecária, chefe da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), explanou sobre a Política de Coleção de Livros Raros adotada pela FBN; Beatriz Haspo, conservadora chefe da Divisão de Coleções, Acesso, Empréstimo e Gerenciamento da Library of Congress, Estados Unidos, apresentou a política de proteção ao acervo (segurança física, preservação, controle bibliográfico, controle de inventário e digitalização) adotada na Library of Congress que possui um acervo em torno de 150 milhões de itens, e o Prof. Dr. Pedro Puntoni, diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da USP e coordenador adjunto (técnico) do Projeto Brasiliana USP, que falou sobre o Projeto Brasiliana USP. Conforme Puntoni: “A doação da Biblioteca Mindlin foi à base do projeto, que prevê um moderno edifício para abrigar a coleção, e outro para laboratórios de digitalização e centro de restauro”. O projeto conta com auxílio da Fapesp para a digitalização, iniciando com o acervo de Mindlin (cerca de 17 mil títulos com 40 mil volumes).

No dia 7 de outubro, a palestra foi iniciada pelos depoimentos dos bibliófilos Pedro Corrêa do Lago, ex-presidente da FBN, e Ruy Souza e Silva que contaram um pouco sobre suas experiências de grandes colecionadores de obras raras e especiais.

As seguintes palestras foram concedidas por Maria Luisa Soares, conservadora e restaurada da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), explanou sobre os conceitos desenvolvidos pelo Núcleo de Conservação e Restauro da FCRB e apresentou um panorama das políticas de conservação integrada, e Ingrid Beck, consultora para preservação de acervos, falou sobre as medidas e ações que visam à salvaguarda do patrimônio tangível e compreende a conservação preventiva, curativa e de preservação.

Infelizmente, devido ao horário agendado para retorno ao Rio de Janeiro, não pude assistir a última palestrante, a Profª Ana Maria de Almeida Camargo, do departamento de História da USP com o tema “Acervos Documentais: a integridade dos conjuntos” que seria de grande interesse a explanação sobre o princípio de indivisibilidade ou integridade de conjuntos documentais (bibliográficos ou arquivísticos) enquanto informação.

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